quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FORMAÇÃO

Hoje vou dedicar algum tempo a um tema que considero de extrema importancia e que muito devia contribuir para o melhoramento e desenvolvimento da arbitragem em Portugal.
O tema a que me proponho hoje abordar não é mais nem menos que o tema "FORMAÇÃO".

E ao aborda-lo vou fazer um certo paralelismo entre aquilo que foi a formação de jovens árbitros em tempos que já la vão ( Presidencia do Sr, Luis Santos ), e a atual formação da FAP.

Como é do conhecimento geral durante muitos anos a FAP constituiu um departamento de formação de jovens árbitros do qual tive um enorme prazer de dele fazer parte, e que era chefiado pelo atual candidato a Presidente do Conselho de Arbitragem da FAP, Sr Antonio Jose Goulao, e que para alem de mim, teve como colaboradores pessoas atualmente ligadas ao CA da FAP, como sejam os casos de Manuel da Conceião, Joao Costa, e ainda Joaquim Mateus, Joao Castro, Antonio Nunes, Polibio Pereira ( infelizmente ja falecido ), entre outros.

Todos nos nessa epoca dedicamos e disponibilizamos o nosso tempo, em prejuizo da nossa vida familiar e profisssional, para durante 8 dias e quatro vezes numa epoca desportiva, acompanharmos os jovens arbitros indicados pelas varias Associaçoes Regionais a estarem presentes nos tão famosos, como criticados Encontros Nacionais de Infantis Masculinos e Femininos, ( ENIM ) e ( ENIF ), realizados pela altura do Carnaval e das Ferias da Pascoa, em locais tão dispersos como Vila Flor, Castelo Branco, Fundão, S. João da Madeira, etc, etc, etc.

Eram nesses encontros com jogos a começarem as 9 da manha e a terminarem muitas das vezes apos as 21 horas, que se formaram árbitros como o Eurico Nicolau, Ivan Caçador, Ricardo Vieira, Duarte Santos, Daniel Martins e o seu irmão Roberto, Jose Bessa, Pedro Fontes, Mario Coutinho, Ramiro Silva, Carlos Capela, Bruno Rodrigues,Ana Afonso e muitos outros, que por razões que para aqui nao são chamadas, mas que em breve irei tocar nelas, abandonaram a arbitragem.

E acreditem ou não muitos destes árbitros quando chegaram junto de nós vinham das suas associações e por força da fraca competição regional, com dois ou três jogos apitados, o que equivale a dizer que muitos deles nem no apito sabiam pegar.

Pelo esforço que todos fizemos no sentido de os ajudar e ensinar verificamos  no final das provas que muitos deles evoluíram a olhos vistos de dia para dia, isto porque para alem dos jogos que apitavam tinham no fim do dia de competiçao que estar presentes nas chamadas reuniões técnicas, onde lhes eram tiradas as todas duvidas que tinham e onde lhes eram transmitidas indicações e instruções para que no dia seguinte pudessem estar melhor que no dia anterior

Todo este esforço e dedicação por parte de todos aqueles que integraram aquela equipa de trabalho que durou cerca de 10 anos foi extremamente compensador, pois desse trabalho  sairam as duplas internacionais ( IHF), Eurico Nicolau / Ivan Caçador e Duate Santos / Ricardo Vieira, e a dupla EHF Roberto e Daniel Martins para alem de terem saido arbitros que atualmente e há já alguns anos integram os anteriores árbitros de elite e atuais arbitros de nivel 4 como são os casos do Ramiro e Coutinho, Capela e Bruno, Bessa e o Fontes, Ana Afonso.

Extinto esse grupo de trabalho pergunto: QUAL A FORMAÇAO ATUAL DA FAP?

Pelo que tenho visto ela praticamente não existe, isto porque os arbitros indicados pelas Associações Regionais participam numa unica competição de 3 dias na zona sul do pais e seguidamente são árbitros Nacionais de Andebol, porque na realidade a FAP tem extrema necessidade de árbitros.

Segundo informações de arbitros que estiveram presentes nessa prova para fazerem exames para arbitros Nacionais não havia no final do dia qualquer tipo de reunião tecnica o que significa que os árbitros se tinham duvidas, com elas ficavam e cada um apitava como lhe parecia ou apetecia

È isto FORMAÇÂO?

Na minha modesta opinião nao é.

E porque entendo que nao é, e porque comparando tempos antigos com atuais verificamos que o extinto departamento de formaçao pos tres duplas internacionais, duas IHF e uma EHF e uns quantos arbitros nacionais no nivel 4, e o atual departamento apenas conseguiu uma dupla EHF, ( Daniel Freitas e Cesar Carvalho ) e uma ou duas duplas no nivel 4.

 Espero e desejo que o novo conselho de arbitragem que for eleito pelo menos possa tentar voltar aos tempos antigos e ter  um departamento de formaçao ativo, empenhado e que queira como nos quisemos formar arbitros e melhorar a nossa arbitragem.

Se os vencedores das eleições forem as mesmas pessoas que no antigamente chefiaram e participaram nesse departamento, e que fazem parte da lista a votaçao para aquele orgão federativo, pelo menos olhem para traz e vejam aquilo que fizeram e voltem a ter uma formação como aquela que tiveram e que sejam os grandes responsaveis pelo melhoramento e desenvolvimento da arbitragem nacional.

Ter mais arbitros, a qualquer custo não e solução nem melhora a arbitragem, mas ter mais arbitros e devidamente formados e acompanhados, isso sim, e desenvolver e melhorar a arbitragem.

Já me alonguei o bastante neste tema, que de todo não esta fechado, pois pretendo a ele voltar mais tarde, com algumas ideias sobre formação, mas por agora fico por aqui.

Espero dentro de algum tempo poder ver outra vez a FAP a ter formação de árbitros jovens.


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